Os portos brasileiros movimentaram 503 milhões de toneladas de cargas em operações de comércio exterior com os países que compõem o BRICS ao longo de 2024. Os dados constam de levantamento do Ministério de Portos e Aeroportos, com base em registros da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
O volume total corresponde à soma das 437,3 milhões de toneladas exportadas e das 65,8 milhões de toneladas importadas entre o Brasil e os demais membros do bloco. O BRICS é atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos integrantes admitidos: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
A China foi o principal destino das exportações brasileiras dentro do bloco, com 398,6 milhões de toneladas. Os principais produtos enviados foram minérios de ferro (277,9 milhões de toneladas), soja (66,9 milhões) e óleos brutos de petróleo (28,8 milhões). O Egito aparece em segundo lugar, com 12,9 milhões de toneladas exportadas, seguido pelo Irã, com 8,9 milhões — ambos com destaque para o milho como principal item comercializado.
No sentido inverso, a China também liderou o volume de cargas importadas pelo Brasil entre os países do BRICS, com 32 milhões de toneladas. As cargas vieram, em sua maioria, em contêineres (17,2 milhões de toneladas), contendo máquinas e equipamentos, filamentos sintéticos, produtos de borracha e inseticidas. Outros itens de destaque nas importações chinesas incluem adubos (7,5 milhões de toneladas) e ferro e aço (2,7 milhões).
A Rússia ocupa a segunda posição entre os países de origem das importações para o Brasil, com 22,1 milhões de toneladas, sendo adubos (11,7 milhões) e combustíveis minerais (8,4 milhões) os principais produtos. Em terceiro lugar está a Arábia Saudita, com 5,3 milhões de toneladas, das quais combustíveis minerais correspondem a 3,6 milhões.
O levantamento aponta que a relação comercial entre o Brasil e os países do BRICS tem forte impacto na movimentação portuária nacional. O volume de 503 milhões de toneladas representa aproximadamente 38% da movimentação total registrada nos portos brasileiros em 2024, que alcançou 1,32 bilhão de toneladas, segundo dados do próprio Ministério.
A presidência rotativa do BRICS está sob responsabilidade do Brasil em 2025. A Cúpula do BRICS será realizada em julho, no Rio de Janeiro, reunindo os países-membros em um contexto de ampliação do bloco e de fortalecimento das relações comerciais. O grupo reúne atualmente 39% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 49% da população mundial.
O Ministério de Portos e Aeroportos informou que prepara novos leilões de terminais portuários para os anos de 2025 e 2026, com o objetivo de modernizar a estrutura e ampliar a capacidade logística do país. O governo federal considera que os resultados obtidos em 2024 refletem tanto o crescimento da produção nacional quanto a intensificação das trocas comerciais com os países do BRICS.