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Falta de aeronaves cria gargalos no transporte aéreo, alerta IATA

Por Redação em 17 de dezembro de 2025 às 7h48
Falta de aeronaves cria gargalos no transporte aéreo, alerta IATA
Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

falta de aeronaves segue como um dos principais obstáculos para o crescimento da indústria aérea, de acordo com a atualização do panorama global da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Mesmo com a retomada das entregas no fim de 2025 e a previsão de aceleração em 2026, a entidade afirma que a oferta de aeronaves e motores continuará insuficiente por quase uma década. O descompasso é consequência de um acúmulo de atrasos nos últimos 5 anos e uma alta histórica no volume de pedidos.

Para a IATA, a situação só deve normalizar entre 2031 e 2034. O déficit atual é de pelo menos 5.300 aeronaves, enquanto a fila de encomendas ultrapassa 17 mil unidades, equivalente a 60% de toda a frota ativa. Historicamente, esse índice girava entre 30% e 40%. Na prática, o volume representa quase 12 anos de produção nas capacidades atuais.

Para intensificar o problema, mais de 5 mil aeronaves em todo o mundo estão armazenadas e fora de operação, mesmo com a escassez crônica de novos jatos. O levantamento da entidade também aponta que a frota em operação envelheceu: a média global chegou a 15,1 anos, sendo 12,8 entre aviões de passageiros, 19,6 no segmento cargueiro e 14,5 no grupo wide-body.

Para Willie Walsh, diretor-geral da IATA, o impacto já é perceptível em toda a cadeia, e as companhias aéreas estão sentindo o peso desses desafios em cada parte do negócio.

"As companhias aéreas sentem efeitos nos custos elevados de leasing, menor flexibilidade, atrasos em avanços sustentáveis e dependência de aeronaves menos eficientes. Isso prejudica receitas, desempenho ambiental e atendimento ao cliente, enquanto passageiros enfrentam tarifas superiores devido ao aperto na oferta", afirma.

 

Problemas que se multiplicam

Multiplos fatores contribuem para o atraso na produção de aeronaves. O descompasso entre a produção de fuselagens e a de motores, devido a problemas em modelos de motores existentes, leva a jatos recém-montados parados à espera de propulsores. Os processos de certificação ficaram mais longos, aumentando de dois para cinco anos, o que atrasa especialmente a renovação dos wide-bodies.

No cenário global, tensões comerciais entre Estados Unidos e China elevaram tarifas sobre metais e eletrônicos, falta mão de obra qualificada em motores e componentes, fornecedores únicos se tornam pontos de fragilidade em cadeias globalizadas.

Com uma frota mais velha, os ganhos de eficiência também desaceleraram. A melhoria histórica de 2% ao ano caiu para 0,3% em 2025 e deve ficar em 1% em 2026. No setor cargueiro, o cenário tende a piorar: a oferta de aviões convertidos diminuiu, novos wide-bodies enfrentam atrasos e parte dos cargueiros antigos está próxima do limite operacional.

Um estudo conjunto da IATA e da Oliver Wyman estima que os gargalos devem custar mais de US$ 11 bilhões à aviação em 2025. O cálculo inclui cerca de US$ 4,2 bilhões extras em combustível, US$ 3,1 bilhões em manutenção, US$ 2,6 bilhões em leasing de motores e aeronaves, além de US$ 1,4 bilhão em estoques maiores de peças.

 

Soluções urgentes

Para acelerar soluções, o relatório recomenda abrir o mercado de MRO, ampliar alternativas de peças e materiais, adotar plataformas integradas de dados de manutenção, aumentar a capacidade global de reparos e incentivar o uso de materiais reutilizáveis e manufatura avançada. A IATA afirma que o setor não tem mais margem para absorver atrasos. "Nenhum esforço deve ser poupado antes que o impacto se torne ainda mais agudo", reitera Walsh.

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