Ibovespa
156.943,06 pts
(-1,03%)
Dólar comercial
R$ 5,52
(0,96%)
Dólar turismo
R$ 5,72
(0,78%)
Euro
R$ 6,48
(0,89%)

Falta de aeronaves cria gargalos no transporte aéreo, alerta IATA

Por Redacción el 17 de diciembre de 2025 a las 7h48
Falta de aeronaves cria gargalos no transporte aéreo, alerta IATA
Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

falta de aeronaves segue como um dos principais obstáculos para o crescimento da indústria aérea, de acordo com a atualização do panorama global da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Mesmo com a retomada das entregas no fim de 2025 e a previsão de aceleração em 2026, a entidade afirma que a oferta de aeronaves e motores continuará insuficiente por quase uma década. O descompasso é consequência de um acúmulo de atrasos nos últimos 5 anos e uma alta histórica no volume de pedidos.

Para a IATA, a situação só deve normalizar entre 2031 e 2034. O déficit atual é de pelo menos 5.300 aeronaves, enquanto a fila de encomendas ultrapassa 17 mil unidades, equivalente a 60% de toda a frota ativa. Historicamente, esse índice girava entre 30% e 40%. Na prática, o volume representa quase 12 anos de produção nas capacidades atuais.

Para intensificar o problema, mais de 5 mil aeronaves em todo o mundo estão armazenadas e fora de operação, mesmo com a escassez crônica de novos jatos. O levantamento da entidade também aponta que a frota em operação envelheceu: a média global chegou a 15,1 anos, sendo 12,8 entre aviões de passageiros, 19,6 no segmento cargueiro e 14,5 no grupo wide-body.

Para Willie Walsh, diretor-geral da IATA, o impacto já é perceptível em toda a cadeia, e as companhias aéreas estão sentindo o peso desses desafios em cada parte do negócio.

"As companhias aéreas sentem efeitos nos custos elevados de leasing, menor flexibilidade, atrasos em avanços sustentáveis e dependência de aeronaves menos eficientes. Isso prejudica receitas, desempenho ambiental e atendimento ao cliente, enquanto passageiros enfrentam tarifas superiores devido ao aperto na oferta", afirma.

 

Problemas que se multiplicam

Multiplos fatores contribuem para o atraso na produção de aeronaves. O descompasso entre a produção de fuselagens e a de motores, devido a problemas em modelos de motores existentes, leva a jatos recém-montados parados à espera de propulsores. Os processos de certificação ficaram mais longos, aumentando de dois para cinco anos, o que atrasa especialmente a renovação dos wide-bodies.

No cenário global, tensões comerciais entre Estados Unidos e China elevaram tarifas sobre metais e eletrônicos, falta mão de obra qualificada em motores e componentes, fornecedores únicos se tornam pontos de fragilidade em cadeias globalizadas.

Com uma frota mais velha, os ganhos de eficiência também desaceleraram. A melhoria histórica de 2% ao ano caiu para 0,3% em 2025 e deve ficar em 1% em 2026. No setor cargueiro, o cenário tende a piorar: a oferta de aviões convertidos diminuiu, novos wide-bodies enfrentam atrasos e parte dos cargueiros antigos está próxima do limite operacional.

Um estudo conjunto da IATA e da Oliver Wyman estima que os gargalos devem custar mais de US$ 11 bilhões à aviação em 2025. O cálculo inclui cerca de US$ 4,2 bilhões extras em combustível, US$ 3,1 bilhões em manutenção, US$ 2,6 bilhões em leasing de motores e aeronaves, além de US$ 1,4 bilhão em estoques maiores de peças.

 

Soluções urgentes

Para acelerar soluções, o relatório recomenda abrir o mercado de MRO, ampliar alternativas de peças e materiais, adotar plataformas integradas de dados de manutenção, aumentar a capacidade global de reparos e incentivar o uso de materiais reutilizáveis e manufatura avançada. A IATA afirma que o setor não tem mais margem para absorver atrasos. "Nenhum esforço deve ser poupado antes que o impacto se torne ainda mais agudo", reitera Walsh.

Utilizamos cookies y tecnologías similares para mejorar su experiencia, analizar estadísticas y personalizar la publicidad. Al acceder al sitio web, acepta este uso, de acuerdo con la Política de Privacidad.
Aceptar
Administrar