O Brasil iniciou no dia 25 uma nova fase de ações contra a exploração sexual nas estradas, envolvendo órgãos públicos, concessionárias de rodovias, empresas de transporte e entidades de defesa de crianças e adolescentes. A mobilização busca ampliar práticas de prevenção, monitoramento e denúncia em corredores logísticos com grande circulação de cargas.
A iniciativa reforça campanhas já existentes no setor e estabelece protocolos conjuntos entre diferentes agentes da cadeia logística. As ações incluem distribuição de materiais informativos, orientações a motoristas profissionais, equipes operacionais e trabalhadores de postos rodoviários, além da ampliação de parcerias com empresas que atuam no transporte de mercadorias.
A estratégia considera que o transporte rodoviário de cargas ocupa posição central no enfrentamento ao crime. Motoristas, equipes de apoio e operadores logísticos circulam diariamente por áreas consideradas vulneráveis e podem identificar situações suspeitas. Por isso, parte da mobilização envolve treinamentos específicos para reconhecimento de indícios e orientação sobre canais oficiais de denúncia.
Concessionárias de rodovias federais e estaduais passam a integrar protocolos adicionais de vigilância, com foco em trechos que concentram grande volume de caminhões. As medidas previstas incluem intensificação do monitoramento operacional, capacitação de colaboradores, comunicação direta com autoridades policiais e uso ampliado de tecnologias, como câmeras e sistemas de registro de ocorrências.
Transportadoras e operadores logísticos também incorporam o tema à gestão interna, incluindo procedimentos de prevenção em programas de compliance, segurança operacional e rotinas de campo. A intenção é transformar o combate à exploração sexual em política permanente dentro das empresas do setor.
A mobilização destaca ainda a necessidade de articulação entre instituições responsáveis pela assistência e investigação. Organizações de proteção infantil defendem integração entre Polícia Rodoviária Federal, conselhos tutelares, secretarias estaduais e centros de acolhimento, para que denúncias feitas por trabalhadores da logística resultem em atendimento imediato e acompanhamento contínuo.
Especialistas apontam desafios estruturais, como subnotificação, falta de equipes especializadas e variação de capacidade institucional entre estados. Mesmo assim, a mobilização é considerada etapa relevante para consolidar uma rede ampliada de prevenção nas áreas de maior movimentação de cargas.
As entidades envolvidas afirmam que o objetivo é reduzir riscos em pontos críticos da malha rodoviária e fortalecer a responsabilidade compartilhada entre governo, concessionárias e empresas de transporte. Para o setor de logística, a iniciativa passa a integrar discussões sobre gestão operacional, segurança nas estradas e organização das cadeias de suprimentos no país.
