As novas fronteiras logísticas do Brasil
US$ 165 bilhões. Esse é o valor que precisa ser investido no Brasil na década entre 1997 e 2007 para que o País não se inviabilize e sofra um "apagão" de competitividade no cenário internacional e, pior, um colapso social. Bem ou mal planejadas, as inversões vêm sendo feitas. No ano passado, o Brasil ficou em terceiro lugar no ranking dos maiores receptores de recursos do mundo, com US$ 16 bilhões, atrás da China, que obteve US$ 50 bilhões, e de Hong Kong, que atingiu a marca de US$ 20 bilhões (veja, no quadro ao final desta reportagem, os principais investimentos anunciados no primeiro semestre deste ano no Brasil). André Sales
O cálculo é resultado de um ambicioso e rigoroso estudo encomendado pelo governo FHC, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao Consórcio Brasiliana, formado por bancos e consultorias internacionais.
O trabalho, denominado "Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento", identificou os pontos críticos que podem atrasar o desenvolvimento das diversas regiões brasileiras e as oportunidades de investimentos públicos e privados, que deram origem ao programa "Avança Brasil".
O consórcio dividiu o Brasil em nove eixos, que transcendem as fronteiras estaduais e levam em conta os aspectos geoeconômicos e geopolíticos das regiões.
O objetivo é levar as unidades da Federação a fazer um planejamento com sinergia para o sucesso do País e não apenas pensar nos seus próprios interesses – como no caso das "guerras fiscais", condenadas pelo governo federal mas ainda praticadas por governadores e prefeitos que pretendem colher os dividendos eleitorais dos investimentos feitos em seus Estados e municípios.
O fato é que cada eixo de desenvolvimento para onde é destinado um montante é formado por (ou vem dando origem a) vários corredores e pólos de atividade. O mapa da economia nacional está sendo redesenhado e, com ele, o panorama da logística, que viabiliza e escoa toda a produção.
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