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Executivos da DHL Global Forwarding discutem as tendências globais de frete marítimo e logística

Goetz Allebrandt, Ocean Freight VP for the Americas Region da DHL, visitou o Brasil e concedeu uma entrevista exclusiva à Tecnologística
Por Redação em 11 de julho de 2023 às 11h33
Executivos da DHL Global Forwarding discutem as tendências globais de frete marítimo e logística
Foto: Divulgação/DHL
Foto: Divulgação/DHL

No mês de junho, o executivo Goetz Allebrandt, Ocean Freight VP for the Americas Region da DHL, divisão DHL Global Forwarding (DGF), que é responsável por transporte marítimo, aéreo e despacho de cargas, esteve em São Paulo (SP) e concedeu uma entrevista exclusiva para a Tecnologística. O executivo abordou questões relacionadas a tendências globais de frete marítimo e logística, entre elas a regionalização, digitalização e aplicação de tecnologia, e sustentabilidade com ofertas para redução de pegada de carbono.

Também participou da entrevista, Eric Brenner, CEO da DHL Global Forwarding no Brasil, que avaliou o mercado brasileiro de frete. De acordo com o executivo, os recordes de custos do frete marítimo observados durante a pandemia não deverão mais ocorrer.

Recentemente, a DHL Global Forwarding foi premiada no Programa de Eficiência Logística RIOgaleão 2022, realizado no Rio de Janeiro (RJ), e que contou com a cobertura da Tecnologística. A companhia foi eleita a Melhor Agente de Cargas.

Confira a entrevista completa:

Goetz Alebrand

Executivos da DHL Global Forwarding discutem as tendências globais de frete marítimo e logística

O transporte marítimo cresceu bastante nos últimos tempos. Esse crescimento é geral ou uma região específica está se desenvolvendo mais?

O transporte marítimo é impulsionado pela globalização e segue as tendências globais. Desde que a globalização se tornou uma mega tendência, o transporte marítimo está crescendo rapidamente. O ritmo diminuiu um pouco à medida que a globalização mudou:  enquanto, há duas décadas, a globalização era impulsionada pela China, agora está se deslocando para mercados regionais. O transporte marítimo ainda está crescendo de acordo com a expansão global do crescimento do PIB, mas agora em uma proporção de 1:1, o que significa que para cada aumento percentual do crescimento do PIB, o transporte marítimo também cresce na mesma proporção. Chegou a ser quatro vezes o crescimento do PIB. Enquanto a China foi o motor do crescimento nas últimas duas décadas, agora estamos vendo mercados regionais como Índia, Sudeste Asiático e Brasil se desenvolvendo de maneira relevante.

Qual é o maior problema: tecnologia ou sustentabilidade?

Ambas são as maiores oportunidades no transporte marítimo, pois se trata de um modo de transporte bastante tradicional, considerando que alguns dos princípios básicos têm cerca de 200 anos. A tecnologia já é um grande impulsionador para o "hardware", como podemos ver em navios, contêineres e operações portuárias, muitos deles operam hoje com tecnologias avançadas. A sustentabilidade ganhou impulso nos últimos anos e precisamos nos atualizar como seres humanos para limitar nosso impacto no aquecimento global.

Eu sei que a DHL possui um programa sólido de ESG. Você pode falar sobre isso?

Estamos muito orgulhosos de sermos um fornecedor líder com nosso programa de ESG, que até está sendo copiado por grandes concorrentes. Nosso programa é, antes de tudo, um compromisso desde o princípio para tornar o ESG um princípio fundamental em nossa jornada em direção ao futuro. Não estamos comprometendo os lucros por nossos objetivos de ESG e continuaremos investindo substancialmente no futuro, liderados por metas de ESG.

Você tem algum projeto futuro? Investimentos ou novas tecnologias?

Estamos constantemente lançando novos serviços para melhorar a cobertura com o transporte marítimo para nossos clientes e melhorar a capacidade de transferir mais carga para o transporte marítimo, como o modo de transporte mais ecologicamente correto. Para a indústria farmacêutica, lançamos serviços LCL para permitir que cargas que antes eram enviadas por via aérea sejam movidas para o transporte marítimo. Na América do Norte, também estamos explorando o uso de caminhões movidos a hidrogênio para o transporte de contêineres. No entanto, a autonomia e a viabilidade econômica ainda não são totalmente satisfatórias, mas esses são alguns dos projetos em que estamos trabalhando atualmente.

O que podemos esperar da logística no futuro? Eu tive a oportunidade de visitar o Centro de Estudos Logísticos da DHL na Alemanha. Quais são as novidades que estão vindo de lá?

A logística continuará evoluindo e impulsionará desenvolvimentos em muitas áreas. A inteligência artificial certamente irá desempenhar um papel muito importante para melhorar ainda mais os serviços e a utilização da capacidade. Também permitirá que os clientes usem análises preditivas da cadeia de suprimentos para atender aos mercados. Nossos Centros de Inovação na Europa, América do Norte, Ásia e Oriente Médio desempenham um papel fundamental para aproximar a tecnologia e os desenvolvimentos dos clientes. Temos eventos para clientes sobre tópicos como sustentabilidade e tecnologia praticamente todos os dias e recentemente sediamos o maior evento de sempre sobre sustentabilidade na logística em Valência, Espanha, com mais de 700 participantes.

Qual é a adesão dos embarcadores ao GoGreen?

No início, foi muito lenta, pois todos gostaram da ideia, mas ninguém tinha orçamento para isso. Quando lançamos nosso produto LCL como um produto de impacto zero em carbono, sem opções, demos um passo muito audacioso. O feedback dos clientes tem sido extremamente positivo, pois agora ainda competimos em termos padrão, como preço e serviço, mas com nosso produto, os clientes sempre sabem que estão alcançando zero líquido em emissões de carbono, pois inserimos combustíveis marinhos sustentáveis na rede marítima. Para o FCL, temos alguns pioneiros com nosso opcional GoGreen Plus FCL e estamos vendo uma boa aceitação.

Também vale mencionar que nós, como gestores, participamos de iniciativas. Por exemplo, eu ajudei a limpar plásticos de um leito de rio na Costa Rica no início deste ano como parte de uma reunião de gestão. Essas iniciativas podem parecer pequenas, mas considerando que fazemos isso ao redor do mundo com mais de 500.000 funcionários, com certeza causamos um impacto.

Eric Brenner

Executivos da DHL Global Forwarding discutem as tendências globais de frete marítimo e logística

O que você pode nos dizer sobre a DHL Global Forwarding no Brasil?

No Brasil, a DHL Global Forwarding é uma agenciadora de carga que realiza os serviços de frete aéreo, marítimo e despacho aduaneiro. Pertencente à DHL, marca líder global no setor de logística, a companhia tem o objetivo de conectar pessoas e negócios de forma segura e confiável, permitindo fluxos de comércio globais sustentáveis. Além disso, possui soluções especializadas para mercados e indústrias em crescimento, incluindo tecnologia, life sciences e healthcare, engenharia, manufatura e energia, mobilidade, automotiva e varejo, agronegócio. Também tem práticas de negócios sustentáveis e compromisso com a sociedade e o meio ambiente, como o serviço Go Green.

Como está o mercado de frete brasileiro?

Acredito que os recordes de custos do frete marítimo observados durante a pandemia não deverão mais ocorrer. Pois, existe uma tendência de queda nas taxas em razão de um excesso de navios e economia global em lenta recuperação. Além disso, as legislações ambientais e as necessidades de investimentos nos portos brasileiros se colocam como desafios para os grandes armadores globais manterem custos e rentabilidade. No Brasil, os preços do frete até podem ser maiores em razão do custo logístico, mas não se aproximam dos picos de até US$ 12 mil registrados em 2021 e 2022. Para se ter uma ideia da oscilação, dados da Datamar estimam que o frete médio de um contêiner seco custava entre US$ 2 mil e US$ 3 mil antes da pandemia, chegou a US$ 12 mil em 2021, com algumas oscilações, e está em torno de US$ 2 mil novamente.

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