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Transporte e armazenagem inadequados prejudicam safra

Por Redação em 16 de março de 2005 às 16h47 (atualizado em 13/05/2011 às 15h41)

Estudo inédito do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – analisou e quantificou as perdas dos principais grãos da agricultura brasileira no período 1996 a 2002 e revela: foram 81,5 milhões de toneladas de grãos de arroz, feijão, milho, soja e trigo perdidas no período. Desse total, 53,3 milhões de toneladas foram desperdiçadas na fase de pós-colheita por insuficiência da rede de armazenagem, por armazenamento incorreto e, principalmente, pela má-conservação de estradas e inadequação do transporte utilizado.

O IBGE aponta o modal rodoviário como um dos vilões da história. Segundo estimativas, 60% do transporte do agronegócio é feito em estradas, sobretudo em longas distâncias, quando o ideal para esse tipo de produto seria utilizar caminhões apenas para percursos de até 300 km. Some-se a isso o fato de os veículos rodarem muito carregados, deixando carga pelo caminho.

No arroz, os valores das perdas pós-colheita foram expressivos, quase sempre acima de 1,0 milhão de toneladas ao ano, indicando, segundo o IBGE, a necessidade de melhorias na infra-estrutura de armazenamento e no gerenciamento do transporte, uma vez que o montante das perdas é próximo ao volume importado no ano de 2003.

A cultura do feijão tem apresentado grandes perdas, como a registrada na safra de 1998, quando atingiu o índice de 16,83% entre o plantio e o pós-colheita, o equivalente a 443,4 mil toneladas. Como os períodos de armazenagem são relativamente mais curtos em função da demanda, as perdas durante essa fase não foram elevadas, ficando sempre abaixo de 102 mil toneladas. Os maiores problemas ocorreram em função do transporte inadequado.

Em relação à soja, o IBGE confirma que o grande problema é de estocagem, com a armazenagem chegando ao limite de sua capacidade física, uma vez que a produção de grãos no Brasil vem batendo recordes sucessivos. Em 2003, o País produziu 51,5 milhões de toneladas (recorde no período) e registrou perdas da ordem de 3,5 milhões de toneladas, apenas na fase de pós-colheita. Na fase de semeadura até antes de se iniciar a colheita, as perdas foram relativamente pequenas, em torno de 2% a 3% da produção.

A disponibilidade interna de milho esteve quase sempre acima de 30 milhões de toneladas anuais, superior à dos demais produtos analisados. Em 2003, a produção atingiu o recorde de quase 48 milhões de toneladas. Mas as perdas no transporte ou no armazenamento somaram 4,1 milhões de toneladas, volume superior ao total de 3,6 milhões de toneladas exportadas naquele ano.

www.ibge.gov.br

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